CONSCIÊNCIA e MATURIDADE = AUTOCONHECIMENTO e AMOR
MATURIDADE E CONSCIÊNCIA
(Joanna de Ângelis)
A consciência atinge a plena conquista, quando o ser amadurece no seu processo psicológico de evolução. Esse amadurecimento é o resultado de um contínuo esforço em favor do autoconhecimento e da coragem para enfrentar-se, trabalhando com esforço íntimo as limitações e os processos infantis que nele ainda predominam.
Não sabendo superar as frustrações, fixa-as no inconsciente e torna-se sua vitima, fugindo para os mecanismos da irresponsabilidade toda vez que se vê a braços com dificuldades e enfrentamentos.
A maturidade psicológica não se restringe ao período de desenvolvimento da infância, e sim, ás várias fases da vida, considerando-se que a aprendizagem e o crescimento não cessam nunca, tornando-se uma constante até o momento da individualização, no qual o espírito comanda a matéria e o mantém-se em harmonia com o físico.
Não seja de estranhar que indivíduos adultos mantenham comportamentos infantis e que jovens se apresentem com equilibrada maturidade.
Naturalmente, o espírito é o agente da vida e dele procedem os valores que são ou não considerados durante a existência corporal.
O mecanismo para o amadurecimento psicológico do ser expressa-se de maneira natural, aguardando que a vontade e o contínuo esforço, para o reconhecimento das debilidades físicas, emocionais e outras, facultem o ânimo para corrigi-las e superá-las.
As funções psíquicas, que Jung classificou em número de quatro – sensorial, sentimental, intelectual e intuitiva – devem constituir um todo harmônico, sem predominância de alguma em detrimento de outra, proporcionando o amadurecimento, portanto, a plena realização da consciência.
O amadurecimento psicológico se exterioriza quando se ama, quando se alcança esse sentimento ablativo, demonstrando a libertação da idade infantil.
Egocêntrica e ambiciosa, a criança apega-se à posse e não doa, exigindo ser protegida e jamais protegendo, amada sem saber amar, nem como expressá-lo. O seu amor é possessivo e sempre se revela no receber, no tomar.
O seu tempo é presente total.
O adulto, diferindo dela, compreende que o amor é a ciência e arte de doar, de proporcionar felicidade a outrem.
O seu tempo é o futuro, que o momento constrói etapa a etapa, à medida que lhe amadurecem a afetividade e o psiquismo.
Enquanto o amor não sente prazer em doar, experimenta o período infantil, caracterizando-se pelo ciúme, pela insegurança, pelas exigências descabidas, portanto, egocêntrico, impróprio.
Quem ama com amadurecimento, plenifica-se com a felicidade do ser amado e beneficia-se pelo prazer de amar.
Há nele uma compreensão de liberdade que alcança os patamares elevados da renúncia pessoal, em favor da ampla movimentação e alegria do ser amado.
O que hoje não consegue, semeia em esperança para o amanhã.
O idoso amadurecido realiza-se em constantes experiências de amor e vivência culturais, emocionais, sociais beneficentes, livres do passado, das reminiscências que lhe constituem prazer fruído, no entanto, sem sentido.
Como o crescimento do homem maduro não termina, a sua consciência promove-o à certeza de que, desvestido do corpo, ele prosseguirá evoluindo.
Sintetizando toda a sabedoria de que era portador, Jesus, na condição de Psicólogo Excelente, prescreveu para as criaturas humanas a necessidade de se amarem umas às outras.
Com esta lição ímpar, não somente reformulou as propostas egocêntricas da Lei Antiga, de reações cruéis, portanto, infantis, como abriu perspectivas extraordinárias para a integração da criatura com o seu Criador, o Amor Supremo.
Posteriormente, buscando propiciar o amadurecimento das criaturas, Allan Kardec indagou aos Mensageiros da Luz, qual a mais meritória de todas as virtudes, e eles responderam, qual está registrado em O Livro dos Espíritos, na resposta de número 893:
– Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade. Porquanto através do autoconhecimento, o ser pensante, descobre as próprias imperfeições, trabalha-as, e, levado pela necessidade gregária, sai da solidão e ama.
(Joanna de Ângelis)
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