13/124 NA PÁTRIA COMUM DE TODAS AS ALMAS

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 NA PÁTRIA COMUM DE TODAS AS ALMAS

“Faz-se mister que dispais da vossa mente a roupagem dos enganos materiais, permitindo que a espiritualidade interior vibre livremente em toda a intensidade da sua divina potência. Tendes o intelecto atulhado de lembranças nocivas, as quais precisais alijar para o reencontro da felicidade. Não vos demoreis em fazê-lo. 

O corpo de vossas impressões persiste, desastrosamente, impelindo-vos a vertiginosas quedas sobre os pauis, de onde regressastes, repletos de saudade e de amargurada tristeza. Considerai o verdadeiro panorama da vida universal; sistema de mundos venturosos, enchem o universo de harmonias excelsas; entre as distâncias infindas do éter, descobrem-se terras de encantamentos e divinas grandezas! Sobre as vossas cabeças elevem-se os cânticos das vias –lácteas siderais e, sob os vossos pés, ouvem-se os hinos dos sóis resplandecentes. Ponderai sobre essa imensidade sem princípio e sem fim e reconhecei que o espaço é a pátria comum de todas as almas. Terminadas as lutas majestosas, que os seres levam a efeito pelo seu aprimoramento anímico, aqui se reúnem para elaboração de novos projetos grandiosos em novos surtos de perfeição e de progresso.

Nas existências planetárias, como a que acabais de deixar, as almas lutam e sofrem os grandes padecimentos remissores; às vezes conhecem de perto a taça das amarguras, mergulhando no oceano das lágrimas, que salvam e regeneram. Aí nessas arenas augustas do aprendizado e da redenção, cauterizam-se feridas cancerosas, curam-se úlceras malignas, aprimoram-se sentimentos desviados da sua pureza, crescem os empreendimentos felizes e conhece-se o grande ensinamento da felicidade, oriunda da solidariedade salvadora”.

Maria João de Deus

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12/124 UM PÁLIDO RAIO DE LUZ NA NOITE DO RACIOCÍNIO

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UM PÁLIDO RAIO DE LUZ NA NOITE DO RACIOCÍNIO

“Toda a existência terrena está calcada nos instrumentos que servem para as manifestações espirituais e, infelizmente, a vossa excessiva dedicação a esses aparelhos viciou o nosso mundo emotivo, circunscrevendo as suas possibilidades ao ambiente terrestre, onde apenas possuís pálida réstia de luz na noite de um fraco raciocínio.Não soubestes, contudo, dentro da pequenez educacional, que vos foi parcamente ministrada,descerrar o velário angusto que encobre o santuário infinito da vida, acomodando-vos entre as acanhadas concepções, que vos foram impingidas pelas idéias religiosas e que amesquinham a grandeza do Criador do Universo, na fase do orbe que vindes de abandonar. Criar um local fantástico de gozo beatífico ou de sofrimento eterno e inelutável, centralizar a vida em um globo de sombra, é, somente obra da ignorância desconhecedora da onipotência e sabedoria divinas. É que a vida não palpita, apenas, no mundo distante, onde abandonastes as vossas derradeiras ilusões: em toda parte ela pulula triunfante e o veículo das suas manifestações é o que se diversifica na multiplicidade dos seus planos. Os mundos são a continuidade dos outros mundos e os céus se sucedem ininterruptamente através dos espaços ilimitados”.

Maria João de Deus

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11/124 A IRMANDADE UNIVERSAL DA DIVINA CAUSA

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A IRMANDADE UNIVERSAL DA DIVINA CAUSA

Foi quando se desenhou, na tribuna de neve translúcida, majestosa figura de um parlamentário, parecendo-me que ali se materializara, por um processo misterioso e em forma humana, o anjo celeste,no qual se destacavam todas as perfeições.Irradiava do seu olhar benigno e fulgurante uma onda de indescritível ternura, que transbordavam a sua voz, saturada de suavidade e doçura:- “Irmãos – começou ele – a nossa prece, o hino dos nossos corações, mistura-se a todas as harmonias do Infinito, elevando-se para Deus numa corrente de melodia e de aroma. O laço que neste momento une os nossos espíritos, misto de luzes da contextura estelar, igualmente prende todos os sistemas planetários do Ilimitado, que se irmanam no amor mais sublime à sua Divina Causa.Vós, que aqui vos encontrais, vindos das remotas plagas das sombras terrenas! Possuídos de angústia e de esperança, que se refletem nas lágrimas dos vossos olhos, no íntimo ainda guardais acerbas recordações da existência no exílio, como os carvões que sobrevivem no coração da Terra longínqua sob os escombros das florestas incendiadas. Constituís, por isso, a multidão de almas errantes e sofredoras, perambulando em derredor dos objetos que formaram a paisagem das vossas miragens enganadoras, porque a única vida real é a vida do espírito de posse da sua liberdade preciosa”.

Maria João de Deus

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10/124 AMARGURA E ALEGRIA, SAUDADE E JÚBILO

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AMARGURA E ALEGRIA, SAUDADE E JÚBILO

Despertei novamente e vi-me ao lado de uma legião de seres, que se achavam genuflexos como eu. Já outro, porém, era o templo no qual me encontrava. Havia um recinto amplo e majestoso, construído à base de elementos que não é possível qualificar, por falta de termos equivalentes no vocabulário humano.
Nesse magnificente interior não existia determinado santuário para orações, mas, sim, obras de arte sublime, destacando-se uma tribuna formada de matéria luminosa, como se fosse feita de névoa esvaecentes. Ouvia-se, provinda de um coro dulcíssimo de vozes meigas e cristalinas, uma prece ao Criador, repleta de harmonias e de excelsitudes.
E aquele cântico melodioso era mais um ciclo de asas ou murmúrio de favônios unindo as pétalas das flores.
Aí, mais do que nunca, relembrei dos afetos que me ligavam ao lar; e um incoercível receio inundou o meu espírito, amedrontado ante a perspectiva de separação eterna, porque, após as
incertezas e as agonias da morte, eu sabia ter sido arrebatada para um local distante, a menos que estivesse possuída de extremas alucinações.
De onde provinham aquelas cadências harmoniosas de cavatina celeste, que me faziam vibrar de emotividade até às lágrimas?
Então, toda minh’alma chorava de amargura e alegria; havia em meu coração um misto de saudade e júbilo inexprimíveis.

Maria João de Deus

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9/124 O PRIMEIRO DIA NA ERRATICIDADE

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O PRIMEIRO DIA DA ERRATICIDADE

Chegara o dia 2 de Novembro de 1915 e mais de mês já havia transcorrido sobre a data de minha desencarnação.

Nesse dia, sob o império de grande dissabor, que me advinha daquela incompreensão, dirigi-me tristemente à Igreja para orar, aproveitando a quietude de sua soledade, Lá penetrando, porém, compreendi que não me achava só, pois percebia que outras almas, talvez padecendo a mesma dor que eu experimentava, conservavam-se estáticas ao pé dos altares, onde foram buscar um pouco de consolo e de esclarecimento.

Todavia, assim que me entreguei aos arrebatamentos da prece, senti uma intraduzível vibração percorrer todas as fibras do meu ser, como se fosse sofrer um vágado, afigurando-se-me invadida pela influência do sono; mas durou poucos instantes, semelhante estado.

Maria João de Deus

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8/124 AH! EU MORRERA

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AH! EU MORRERA

Descerrou-se, finalmente, o derradeiro véu que obumbrava o meu ser pensante… Senti-me sã, ativa, ágil, como se despertasse naquele instante… Ah! Eu morrera…

E a morte representava um grande bem, porque eu me sentia outra, trazendo as faculdades integrais, plena de favoráveis disposições para as lutas da vida. Todavia tinha a impressão de estar só, já que ninguém respondia às minhas argüições, embora percebesse que a minha voz nada perdera de seu vigor e tonalidade.

Propositalmente procurava fazer-me vista por todos, mas uma impossibilidade perturbadora correspondia aos meus pensamentos. Refugiei-me, então, nas mais sinceras e fervorosas preces. Foi quando comecei a divisar vultos sutis e ouvir vozes acariciadoras, das quais fugia amedrontada e receosa, na ilusão pueril de que me achava com o corpo físico, trânsita de medo e suscetibilidades…

Maria João de Deus

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7/124 Cartas De Uma Morta

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O LAR TERRENO ENTREVISTO DO ALÉM

O tempo aqui não se conta pelos cronômetros terrenos, e o fenômeno do dia e da noite é diversificado, verificando-se em lugar da treva noturna leve diminuição de intensidades da luz solar, a qual se torna esbatida como num dos vossos lindos crepúsculos, repletos de colorações e nuances admiráveis, como se a luz interpenetrasse todas as coisas.

A vegetação é extremamente interessante e bizarra, em comparação com a da Terra.

Imaginai um craveiro florescendo com suas raízes entrelaçadas na própria atmosfera do mundo, para fazerdes uma idéia do que estou descrevendo.

Poucas flores são mais ou menos semelhantes às dos vossos jardins e a maioria delas vos pareceriam extravagantes à primeira contemplação; caracterizam-se, porém, por sua indescritível e invulgar delicadeza.

Maria João de Deus

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6/124 Cartas de Uma Morta

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NA VERTIGEM DA RETROSPECÇÃO

O ataúde pareceu-me um novo leito; porém, quando me convenci de que me arrebatavam com ele, entre os angustiosos lamentos dos que ficavam, uma impressão penosa, atroz, subjugou-me integralmente.

Achei-me, então, sob indefinível sentimento de medo, que me aniquilou a totalidade das fibras emotivas.

Um choque de dor brusca dominou-me a alma e eu perdi a consciência de mim mesma…

Após algum tempo, cuja duração não posso determinar, paulatinamente afigurou-se-me acordar; contudo, a princípio, achava-me envolvida no mesmo panorama de sonho.

Como se a memória fosse possuída de um admirável poder retrospectivo, comecei a ver todos os quadros da minha infância e juventude, relembrando um a um os mínimos fatos da minha existência relativamente breve. Via-os, esses quadros do pretérito, com naturalidade, sem admiração e sem surpresa…

Maria João de Deus

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5/124 Livro Cartas De Uma Morta

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COMO NUMA ATMOSFERA DE SONHO

Amanhecia… Afigurou-se-me, então, alcançar uma trégua a tantos padecimentos.

Parecia prestes a dormir, mas, sob as mesmas impressões de dor e mal-estar, envolvia-me nas influências do sono,
embora sendo presa de indescritíveis pesadelos.

Ouvi tudo quanto se pronunciou ao redor de meu leio e vi a ansiedade de quantos dele se abeiravam, mas todas essas impressões eu as recebia como se estivesse mergulhada em mau sonho.
Desejei falar, manifestar vontades e pensamentos; isso, porém. Era impossível.

Contemplei pesarosa a imagem do Crucificado, que me puseram nas mãos enlanguecidas e quis sinceramente pensar nele, orar com unção, segundo os meus hábitos. Todavia, reconhecendo-me cheia de vida, não obstante as dores, pairavam os meus sentidos como numa esquisita atmosfera de sonho…

Percebi todos os carinhos que dispensaram ao meu corpo e que me foram igualmente proporcionados em vida; e ouvi as lamentações de quantos deploravam a minha ausência. Ansiava por movimentar-me sem que membro algum obedecesse aos meus impulsos, e, outras vezes, fazia inauditos
esforços para despertar-me, fugindo de tão singular pesadelo.

Afigurava-se que me cobriam de flores e sentia a carícia dos braços dos meus filhos, enlaçando-me com amargurada ternura; e dizia-lhes, mentalmente, entre lágrimas:

– Meus filhos, eu não morri!… Aqui estou e sinto-me realmente mais forte para vos proteger e amar. Por que chorais aumentando a minha angústia?

Mas tinha a boca hirta e os braços gelados para retribuir aquelas expansões de desvelado carinho!
Apenas possuía a sensação de lágrimas ardentes, que me rolavam sobre as faces descoloridas, como a estátua viva da amargura e do silêncio.

Maria João de Deus

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4/124 Livro Cartas De Uma Morta

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A VOZ DE COMANDO DESOBEDECIDA

Desejava orar… Todavia, os pensamentos não conseguiam obedecer-me, dispersos pela confusão
estabelecida em meu mundo interior, em virtude dos padecimentos que me percorriam os centros da
atividade orgânica; e a minha vontade era semelhante a uma voz de comando, totalmente desobedecida
por elementos rebeldes e indisciplinados.
Hoje sei que naqueles angustiosos momentos muitos seres se conservavam, embora intangíveis,
ao meu lado, amparando-me com os seus braços tutelares e compassivos, porém não os distinguia.
Sentia-me sucumbir lentamente… A princípio, gemidos de sofrimento escapavam-se do meu peito
torturado, compreendendo a ineficácia dos esforços que fazia para não morrer; mas tão rude era aquela
suprema tentativa de resistência, que me abandonei, finalmente, àquelas forças poderosas e invencíveis
que me subjugavam.

Maria João de Deus

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Livro Cartas De Uma Morta 3/124 – Uma Pagina Por Dia

CapaLivroCartasDeUmaMorta-174-259mãe muito querida.

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ÚLTIMOS INSTANTES DO TORMENTO CORPORAL

Combati com tenacidade a moléstia que enfraquecia o meu organismo, porém chegou o dia que assinalava o término das minhas possibilidades de resistência. As derradeiras horas me foram de excruciante martírio e, depois de uma jornada repleta de dores violentas, veio a noite interminável da agonia. Reparava que o meu tempo no mundo se escoava dificilmente, almejando o seu findar como o trabalhador sedento e faminto – ávido de repouso.

O meu estado moral caracterizava-se por uma semi-inconsciência porque o tormento corporal atuava sobre as minhas idéias, que vagavam desordenadas como se fossem violentamente expulsas do meu cérebro.

Maria João de Deus

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Livro Cartas De Uma Morta 2/124 – Uma Pagina Por Dia

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NO LIMIAR DA VIDA DE ALÉM TÚMULO

Para mim, meu caro filho, as últimas impressões da existência terrena e os primeiros dias
transcorridos depois da morte foram muito amargos e dolorosos.

Quero crer que a angústia, que naquele momento avassalou a minh’alma, originou-se da profunda
mágoa que me ocasionava a separação do lar e dos afetos familiares, pois, apesar de crer na
imortalidade, sempre enchiam-me de pavor de crer na imortalidade, sempre enchiam-me de pavor os
aparatos da morte; e dentro do catolicismo, que eu professava fervorosamente, atemorizava-me a
perspectiva de uma eterna ausência.

Lutei, enquanto me permitiram as forças físicas, contra a influência aniqüiladora do meu corpo;
mas foi uma luta singular a que sustentei, como sói acontecer aos corações maternos, quando periga a
tranqüilidade dos seus filhos. Unicamente esse amor obrigava-me ao apego à vida, porque os
sofrimentos, que já havia experimentado, desprendiam-me de todo o prazer que ainda pudesse me advir
das coisas terrestres.

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Livro Cartas De Uma Morta 1/124 – Uma Pagina Por Dia

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EXPLICAÇÃO NECESSÁRIAAs páginas que vão ler são de autoria daquela que foi, na Terra, a minha mãe muito querida.

Minha genitora chamava-se Maria João de Deus e desencarnou nesta cidade, em 29 de setembro de 1915. Filha de uma lavadeira humilde, de Santa Luiza do Rio das Velhas, ela não pode receber uma educação esmerada; mas todos os que a conheceram, afirmam que os sentimentos do seu coração substituíram a cultura que lhe faltava.

Quando o seu bondoso espírito se comunicou por meu intermédio, pela primeira vez, eu lhe pedi que me contasse as impressões iniciais da sua vida no outro mundo, recebendo a promessa de que o havia de fazer oportunamente; e, há pouco tempo, ela começou a escrever, por intermédio da minha mediunidade, estas cartas que vão ler.

Eu contava cinco anos de idade, quando minha mãe desencarnou; mas, mesmo assim, nunca pude esquecê-la e, ultimamente, graças ao Espiritismo, ouço a sua voz, comunico-me com ela e ao seu espírito generoso devo os melhores instantes de consolo espiritual da minha vida.

Aí estão, minha mãe, as tuas páginas. Elas vão ser vendidas em benefício das órfãzinhas. Deus permita que os pequeninos, que sofrem, recebam um conforto em teu nome, e que a Misericórdia Divina te auxilie, multiplicando as tuas luzes na vida espiritual.

Pedro Leopoldo. MG, 25 de junho de 1935.

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

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