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Da volta das regiões atmosféricas do planeta, fui induzida pelo meu preclaro companheiro a contemplar o que podemos chamar de aura da Terra.
Vi a princípio as camadas de espaço que lhe são imediatas como um todo homogêneo numa cor uniforme.
Mas o meu guia exclamou:
– “Busca ver como a humanidade se une pelo pensamento aos planos invisíveis. O teu golpe de vista abrangeu a paisagem, procure agora aos detalhes”.
Fixando atentamente o quadro, notei que filamentos estranhos, em posição vertical, se entrelaçavam nas vastidões sem confundirem. Não haviam dois iguais e as suas cores variavam do escuro ao claro mais brilhante. Alguns se apagavam, mas outros se acendiam em extraordinária sucessão e todos eram possuídos de movimento natural, sem uniformidade em suas particularidades.
– “Esses filamentos” – disse-me com bondade – “são os pensamentos emitidos pelas personalidades encarnadas; são reflexos cheios de vida, através dos quais podemos avaliar os cérebros que os transmitiam. Aos poucos conhecerás quais são os da concupiscência, os da maldade, os da pureza, os do amor ao próximo. Esses raros, que aí vês e que se caracterizam pela sua alvura fulgurante, são os emitidos pela virtude e quando nos colocamos em imediata relação com uma destas manifestações, que nos chegam dos espíritos da Terra, o contato direto se verifica entre nós e a individualidade que nos interessa.”
Maria João de Deus
Livro Cartas de uma Morta Psicografia Chico Xavier
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