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NA PÁTRIA COMUM DE TODAS AS ALMAS
“Faz-se mister que dispais da vossa mente a roupagem dos enganos materiais, permitindo que a espiritualidade interior vibre livremente em toda a intensidade da sua divina potência. Tendes o intelecto atulhado de lembranças nocivas, as quais precisais alijar para o reencontro da felicidade. Não vos demoreis em fazê-lo.
O corpo de vossas impressões persiste, desastrosamente, impelindo-vos a vertiginosas quedas sobre os pauis, de onde regressastes, repletos de saudade e de amargurada tristeza. Considerai o verdadeiro panorama da vida universal; sistema de mundos venturosos, enchem o universo de harmonias excelsas; entre as distâncias infindas do éter, descobrem-se terras de encantamentos e divinas grandezas! Sobre as vossas cabeças elevem-se os cânticos das vias –lácteas siderais e, sob os vossos pés, ouvem-se os hinos dos sóis resplandecentes. Ponderai sobre essa imensidade sem princípio e sem fim e reconhecei que o espaço é a pátria comum de todas as almas. Terminadas as lutas majestosas, que os seres levam a efeito pelo seu aprimoramento anímico, aqui se reúnem para elaboração de novos projetos grandiosos em novos surtos de perfeição e de progresso.
Nas existências planetárias, como a que acabais de deixar, as almas lutam e sofrem os grandes padecimentos remissores; às vezes conhecem de perto a taça das amarguras, mergulhando no oceano das lágrimas, que salvam e regeneram. Aí nessas arenas augustas do aprendizado e da redenção, cauterizam-se feridas cancerosas, curam-se úlceras malignas, aprimoram-se sentimentos desviados da sua pureza, crescem os empreendimentos felizes e conhece-se o grande ensinamento da felicidade, oriunda da solidariedade salvadora”.
Maria João de Deus
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