72/124 UMA VISITA À TERRA

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Eu quis, então, ver o orbe terráqueo, dos lugares onde o ar rarefeita se perde nas extensões infinita e viventes do éter. Desejava saber se eu poderia
ver o planeta em seus movimentos rotatórios, porém o que senti em tão grandes alturas foi um imenso torvelinho, como se as atmosferas fossem
agitadas por furações destruidoras.

Muito abaixo vi massas informes e indistintas… Aproximando-me gradativamente contemplei a Terra que se afigurou não um ponto móvel no espaço, porém fixo e obscuro.

Muito ao longe, ainda vi nessa mancha escurecida, que se ia avolumando, alguns detalhes como nesgas cinzentas e outras claras como espelhos gigantescos: eram as grandes cidades e os oceanos que eu tinha sob as vistas deslumbradas.

A ação do sol dava a tudo isto um tom maravilhoso; todavia, aproximando-me mais, experimentei indescritível medo.

Não vi o movimento de rotação do orbe; o que me amedrontava é que me parecia aportar em uma grande esfera líquida, cujas extremidades se perdiam numa substância leitosa, com relação à cor, porque eu não podia ponderar a sua estrutura íntima.

Maria João de Deus

Livro Cartas de uma Morta ­ Psicografia Chico Xavier

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